terça-feira, 11 de outubro de 2011

Saudade





Esta noite acordei com vontade de tudo, de banho de chuva, de passeio no jardim, de correr com os pés descalços, de ondas do mar, de cavalgar pelos campos, das brincadeiras da infância, quantas histórias... Uma saudade gostosa daquelas de rir-se por dentro.


Tanto se fala em saudade, mas a saudade não é só uma palavra, é sentimento. Eu diria que a saudade é uma menina que brinca com o tempo. Ah! E como brinca, ri e chora ao mesmo tempo. O tempo às vezes briga com a saudade, dizendo que tem que seguir em frente, mas a saudade sempre quer voltar - isso me faz recordar uma citação de Rubem Alves in: O amor que acende a Lua “A saudade é nossa alma dizendo para onde ela que voltar" -, mas o tempo não volta. É teimoso o tempo, ou teimosos somos nós?


Mas o bom mesmo é sentir saudade, e ela é tão forte que mesmo na presença a gente continua com vontade de quero mais e aí começa a sentir saudade de cada segundo que se passa. Quer se comer a presença, absorver o outro por inteiro.


Bom, mas como eu disse antes a saudade ri e chora. A saudade ri mais quando se está ainda com alguém, e aí “é a saudade que prepara o abraço de amor na volta daquele a quem se ama” (do livro O amor que acende a lua). Ah! Mas quando ele não volta (pessoa a quem se ama), quando ele não volta, aí a saudade mais chora que ri, só se resta as lembranças, então a saudade volta e volta, driblando e brincando com o tempo. E como bem disse Camilo Castelo Branco "Saudade é um afeto, excelso amor, o melhor amor e o mais incorruptível que o passado nos herda."


Angella Reis

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