quinta-feira, 12 de janeiro de 2012



"(...) toda pessoa deve ter um par (de asas) perdido ou achado por aí nesse mundão de Meu Deus! Daí a gente espera, não espera, pega estrada, segue o curso, corta caminho ou roda como numa ciranda, muda o rumo, erra/acerta o passo e cruza com alguém que nos faz experimentar sensações até então desconhecidas porque vindas de um jeito novo. Que nos faz delirar, provocar uma sinergia, um descompasso em meio ao calor trêmulo dos passos, o desejo ardente de perde-se naquele abraço, embriagar-se de beijos, fundirem-se entreolhares e entregar-se com paixão. O novo, vestido de flores, sol e sorrisos, tecido de algodão bordado de carícias e coração. (...) Deseja vesti-lo, sentir colado à pele o teu avesso, o vestido mais perfeito, e reza para que te caia bem, que te vista como uma luva, que se encaixe perfeitamente em você, na medida certa do/para o amor, sem mais" (Angella Reis)




"Parecia haver uma confluência de águas, por um momento, um instante que pareceu infinito nos segredamos um ao outro..."

(Angella Reis)


"E na tela viva nasce o poeta que pinta n'alma palavras coloridas - um traço de Deus"

(Angella Reis)



"Porventura, todos os caminhos por quais trilhamos estão traçados na palma das nossas mãos, e, quiçá, marcados nas calçadas invisíveis do espaço que se cruzam e por vezes se entrelaçam em tantas outras. Num emaranhado algumas dão nós, outras se tornam laços, feitos e desfeitos"

(Angella Reis)



"(...} a saudade é uma menina que brinca com o tempo. Ah! E como brinca, ri e chora ao mesmo tempo. O tempo às vezes briga com a saudade dizendo que tem que seguir em frente, mas a saudade sempre quer voltar - isso me faz recordar uma citação de Rubem Alves in O amor que acende a Lua: “A saudade é nossa alma dizendo para onde ela que voltar" -, mas o tempo não volta. É teimoso o tempo, ou teimosos somos nós?" (Angella Reis)


quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Flor dos Quereres – 2012




Ingressar num novo ano é como adentrar em outra dimensão de nós mesmos. A vida que se desdobra. A porta se abre e nos brinda com o raiar de um novo dia. Cores que já estamos acostumados a ver, mas brilham de um jeito especial, diferente, porque vistas com o olhar de quem olha o verde da vida, que vai nascendo, brotando, desabrochando em recomeço. Então, olhamos para trás e despedimo-nos do ontem, do sábado e todos os dias anteriores enquanto o hoje pacientemente nos espera com os amanhãs e todos os dias que virão [até quando não sabemos. Essa é uma das peças que compõe o mistério].

Abraçamos entre lágrimas e sorrisos os dias idos e guardamos os momentos numa caixinha de memórias, como a um relicário de doces lembranças. Há coisas, no entanto, que queremos livres, nos desprender, deixar que o vento leve para longe [se retornadas que venham suavizadas pela marca indelével do tempo] outras tantas desejamos ardentemente esquecer ou nunca tê-las vivido, ao menos se pode dizer é passado, ainda que, por vezes, sombras rondem a casa do coração deixando vestígios de sua passagem. Passado que se faz presente em recordações, insistem em reaparecer mesmo quando se soubera esquecidas, burilando quase sempre a mesma ferida. Não sabemos os porquês de certas coisas e muitas vezes nos afligimos, seja pela perda de um amor, um projeto que não deu certo, a doença que nos pegou de surpresa, a morte de um ente querido, enfim. Mas se nada ocorre por acaso, se tudo em uma razão de ser e de existir por que nos questionarmos tanto e buscarmos entender àquilo que no momento não é possível ser compreendido? Clarice tinha razão: “Não procure entender, viver ultrapassa todo e qualquer entendimento”. E talvez viver seja isso, não para ser passível de se fazer sentido, mas para ser sentida, então, eu sinto. Sinto pulsando em minhas artérias o mistério que é a vida. Ela própria se explica, com o tempo.

Não inculque com certas coisas, nem lamente determinados fatos, o que viveu ou o que deixou de viver. O que passou não pode ser alterado, mas a vida nos dá uma nova chance de continuar escrevendo a nossa história. E cabe a mim, a você abraçar e aproveitar o presente que nos é dado. É certo que não sabemos o que nos espera, por detrás das folhagens verdejantes há uma imensa floresta, mas vale a pena prosseguir, correr todos os riscos, desbravar a mata virgem e colher a flor dos dias que germina na terra. ‘Não tenha medo de viver a vida, tenha medo de não vivê-la’.

O domingo nos recebe com uma folha em branco festa, ano novo, vida que se renova, nua flor, flor dos quereres.

Faça a sua prece!


Angella Reis

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