terça-feira, 10 de maio de 2016




A um passo


Presa ao vazio do quarto
Submersa em pensamentos
Ouço o tilintar das horas
que vão passando, se arrastando
As pálpebras pesam
O sono profundo se aproxima
Procuro respostas que não há
na inquietude de meu tempo
Só a saudade impera
Tal qual um animal ferido, doído
Em vasta recordação
Um turbilhão de imagens
passam aos meus olhos
Passado, presente e futuro
misturam-se
Confundem-se num corpo só
Inerte
Em debilitado delírio
A morte sobrevém à própria existência
E o que é a morte?
Senão a própria vida
Em outra dimensão
Como explicar o
inexplicável mistério
Sorrio, choro
Já não expresso palavras
Com nexo ou com certa concisão
Mergulho no vácuo do tempo
Num caminhar incerto
Alma em transe
A lua pousa
Em minha face amortalhada
Meu corpo febril queima
em desvario
suor frio escorre gélido
De encontro à eternidade
Procuro respostas
Respostas não há
Só a saudade soluça em meu peito aflito
Num despertar de lembranças e emoções.


Angella Reis

*Escrito há muitos anos atrás (meados de 2004), em algum lugar do passado.

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