Em minha pele está cravada cada
uma das minhas histórias. E há tempos que aprendi a não travar batalha alguma
para arrancar nada de dentro de mim, porque cada momento que vivi faz parte do
que hoje essencialmente sou.
Aprendi a fazer as pazes com o
passado. A aceitar sem culpas cada ato falho. A rir de alguns tropeços, a
levantar depois de cair, a chorar quando doeu ou mesmo se não doeu tanto assim,
por sempre dramatizar demais; A me perdoar por errar ou repetir os mesmos
erros, por achar que seria diferente da próxima vez, por pura teimosia e/ou
insistência de ser feliz. A não chorar quando tinha que ser forte. A remar para
o barco não virar. A me equilibrar numa perna só. A sorrir quando era só
tristeza dentro de mim. A ter fé quando o solo ameaçava ruir. A ficar de pé
quando as pernas fraquejavam e pediam o chão. A voar. A voar, eu voo sempre.
Aprendi isso porque o passado
não muda, permanece intacto lá atrás e você pode decidir vê-lo como uma bela
escultura, com todas as características que o torna singular e especial, ou
como uma imagem a lhe consumir.
Aprendi a lidar com o passado
porque só assim eu pude ver a beleza do presente. A olhar com ternura quem
estava à minha frente e ao meu lado. A me permitir, a deixá-lo entrar e aconchegar
junto ao peito, sem medo de ser feliz.
A casa do coração está aberta
porque não se deixou aprisionar ao que ficou. Como um pássaro em voo, aprendi a
viver e aproveitar a beleza e plenitude do instante. Em minha memória permanece
àquilo que se fez Presente em mim. Que seja belo, que seja doce, tudo o que
vier. Desejo boas notícias!
Angella Reis
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