domingo, 28 de junho de 2015

No amor não há garantias




Se eu me entregar,  amanhã irá partir?
E se eu me apaixonar,  o depois como será?
Se me declarar, temerá a intensidade dos meus passos;  e crendo-me vulcânica e insana vai querer fugir?
E se uma parte de nós não estiver preparada
A outra metade fará todas as apostas?
E se eu me revelar?
E se você se revelar?
E se ficarmos com nossa nudez inteiramente exposta?
E se nos percebermos tão imperfeitos,
Ainda assim iremos continuar?
E se inventar um monte de histórias?
E se perder-se nas suas próprias mentiras?
E se você acreditar?
E se me fizer acreditar?
A verdade como será?
E se amanhã não for nada disso?
Se tudo for um equívoco,
Uma ilusão,  um engodo do coração?
O hoje valerá como lembrança?
E se formos fracos o bastante?
E por medo dos caminhos que levam ao amor,  tomando outro rumo nas mãos, nos afastarmos,
Você depois de mim como será?
E se tornarmo-nos estrangeiros em terras distantes,
Dois desconhecidos que partilharam no passado uma vida em comum,
O que farei na posteridade com a parte minha que foi tua?
E se o amor sucumbir?
E se...
E se...
Nada sabemos do que está por vir,  de como as linhas vão se desenhar no horizonte.  Nem da temporalidade do amor que teima dentro do peito.  Inquietante quando ausentes. Sereno quando totalmente entregue na segurança dos abraços. Só do tremor que nos dá diante da altura do abismo. Amar é enfrentar turbulências.  É equilibrar as asas diante da rebeldia dos ventos. Amar é arriscar-se. Um delicioso risco de perder-se para se encontrar. O amor é um salto no escuro à beira do precipício.

Angella Reis

Nenhum comentário:

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails