“A vida é uma tarefa dada por
Deus a nós mesmos” – ouvi essa frase sendo pronunciada por um estudioso de
teologia. Não gosto de pensar na acepção obrigatória do termo, porque, ainda
que possuir uma vida em mãos imponha certa responsabilidade, jamais deve ser
vista, nem pautada, como algo pesado, um curvar de ombros que dificulta a
caminhada. Mas, o que ele basicamente
quis expressar foi que temos o dever de administrá-la da melhor maneira
possível como a uma missão que nos foi confiada. Atender aos anseios do Pai,
dar o máximo de si para concretizar os sonhos que Ele projetou para cada um.
A verdade é que, muito embora um
pai deseje o melhor para o filho, sempre estaremos tendentes a atender nossos
próprios anseios, sonhar e buscar nossos sonhos, muitas vezes tateando no
escuro, entre erro e tentativa, noutras tantas andando em círculos ou pegando
estrada completamente adversa. Ops, não era por aí! Errar é da essência humana.
Não importa se criança, adolescente, jovem, adulto ou ancião. Muitas vezes por
pura ingenuidade, inexperiência ou por conta dos cabeças-duras que somos.
Insistimos em algo que vimos de cara que não ia dar certo. Teimamos em trilhar aquele
percurso esfarpado correndo o risco de nos machucar. Fazemos ouvidos-moucos a qualquer
advertência. Ignoramos os contratempos. Fechamos os olhos e nos entregamos a
toda sorte de viver.
Em tese, somos frutos das nossas
escolhas, daquilo que elegemos. Digo, por via de regra, porque o que nos
acontece é resultado não só do que traçamos, planejamos, nos deixamos levar,
enfim vivemos. É decorrente também da presença ativa e passiva de demais atores
que contracenam no mesmo palco, que por acaso, ou não tão por acaso assim cruzam
nossos caminhos, pegam carona na mesma estrada. Pensando assim, nossas escolhas
de algum modo interferem na vida do outro. Refletindo sobre isso, a vida que
nos foi concebida, que acolhemos nas mãos como uma tarefa a cumprir, um papel a
desempenhar, requer muito mais cuidados. Mais direcionamento e ponderação. Daí vem o questionamento: o que estou fazendo
com minha vida, com o presente que me foi dado? De que modo estou interferindo na vida do
outro? É sempre bom repensar e avaliar a direção dos nossos passos. Espreitar na linha do horizonte o rumo que
estamos dando à nossa história. E sempre que necessário recompor, reconstruir,
recomeçar. Se precisar voltar, volte. Se
for pra seguir, então que siga. Não importa se errou, se perdeu, se fracassou e
inúmeros tantos se. Durante a nossa existência teremos acúmulos de erros e
acertos, perdas e ganhos, encontros e desencontros, chegadas e partidas. É um
processo de amadurecimento e aprendizagem. O importante é o que fazemos com tudo isso,
com nossas experiências. No final é o
que conta. Que nunca paremos de tentar, insistir e persistir. De fazermos o melhor. Buscarmos o melhor. E
que o nosso melhor jamais seja o pior para o outro.
_ Angella Reis
5 comentários:
Oi Angela!
Muito belo seu texto,o importante é recomeçar sempre, seguir em frente sem desistir, e com muita fé e amor!
Beijos, fica com Deus!
Mariangela
ruim é que essas fases de contestações as vezes duram tanto e nem percebemos que não estamos tomando ação nenhuma
criticar a atitude dos pais e seguir pelo mesmo caminho acomodado...meu caso
Profunda reflexão,Angela, permeada de sensatez e sensibilidade.
"Mas quem é que sabe como? Viver... o senhor já sabe: viver é etcétera..."
(J.G.R.)
Saudoso abraço amigo!
Olá, queria Ângela
Uma pessoa sábia faz essas perguntas a si mesmo e vai respondendo com a vida...
Muito bom o seu post!!!
Seja muito abençoada e feliz!!!
Bjm de paz e bem
Oi Ângela...
Me pareceram palavras amadurecidas de alguém que tem bagagem.
Olha... eu tô tentando dar o meu melhor... mas às vezes parece que o alvo fica embaçado e a gente não consegue enxergar direito pra onde ir...
: )
É a vida.
Beijo, Ângela.
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